Em frente ao espelho, nudez total, cabelos molhados, despentados, cheiro de flor, poema e sexo; seios redondos já excitados, o vento frio beijando pêlos, afagando desejos: o meu, e o dele...
Que pecado Nosso caso tão formoso e diferente o escondemos, Se é tão puro, cristalino e transparente que pecado A inveja que provoca em toda a gente o ocultemos, tristemente.
A buceta da minha amada me aperta dentro, de um tal jeito que quase me morde; e só não é mais cabeluda do que as coisas que ela geme quando a gente fode.
A buceta da minha amada é cabeluda, misteriosa, sonâmbula. É bela como uma letra grega: é o alfa-e-ômega dos meus segredos, é um delta ardente sob os meus dedos e na minha língua é lambda.
@ Bráulio Tavares em "Poema da Buceta Cabeluda" foto: Ana Malhoa - figura pública
Teu corpo é cobra quando enrolas no meu, teus lábios mel tocando os meus, tua pele brasa, teus seios carne, pecado, desejo. Teu sexo fonte, de onde vou beber, me molhar, me limpar, me enlouquecer, teu corpo é desejo, volúpia, memória que nunca vou esquecer.
Perdido no teu corpo, Perdido nesta estrada, Perdido nos segredos Por cada curva fechada. Palavras, Diz-me palavras. Acredito no que dizes, Acredito no que fazes, Acredito no sentido De cada sombra que trazes.